Coffee Shop e desabafo.

Há dias que não importa o quão você tente fugir, ele está destinado a ser ruim. Ontem, 27 de junho me chamaram para dar aula, então eu estava dando graças à Deus pelo simples fato de poder me ocupar com algo. As férias começaram e nos últimos dias eu infelizmente caí na minha própria armadilha, um vício maldito de sentar na frente do computador às dez da manhã e só sair às duas da manhã do dia seguinte. Mesmo esse simples fato me irritando, às vezes eu não consigo simplesmente deixar de o fazer. Por mais ridículo que seja, ver os sorrisos de alguns rapazes de olhos puxados me faz estranhamente bem, então eu acabo me rendendo. Se esse fosse o único problema seria mais fácil, porém algumas situações têm acontecido no meu círculo de amizades, e isso tem me prejudicado bastante. Às vezes pergunto-me até que ponto o egoísmo de uma pessoa pode chegar, a ponto de ferir quem ela ama e nem ao menos parecer importar-se. Ser altruísta não é algo fácil, nunca é recíproco. De qualquer forma, praticamente fugi para o trabalho ontem para substituir a Maysa. E lá conheci uma aluna dela, Shirlane, que simplesmente conquistou-me. Ótima eloquência com as palavras, opinativa, e com um gosto para livros que era simplesmente igual ao meu. Pelo menos 1/4 da aula foi só sobre livros! Mas então eu recebo uma ligação. Meu pai dizendo que depois passaria lá para me buscar pois iríamos ao velório do meu tio. Tio Mimi era o penúltimo dos judeus natos que restaram da minha família. Eu nunca tive a oportunidade de aproveitá-lo muito, mas eu tinha um carinho muito grande pelo doce velho. Se não bastasse isso, eu tive um esclarecimento muito duro naquela igreja, o qual prefiro manter em silêncio por ora. Chorei.

Cheguei em casa às 22:47, faltando apenas 13 minutos para o lançamento do music video de Coffee Shop, do B.A.P. Não sou Baby - mas talvez um dia venha a ser - e mesmo assim, o mv me emocionou. Creio que parte das lágrimas simplesmente foram para o tio Mimi, parte para a melodia, parte para os integrantes. Começando em 14 de abril com a dance cover de One Shot do JunSung-oppa, finalmente em 1 de maio com o B.A.P como um grupo em si, e daqui a três dias fazendo dois meses, eu estive acompanhando esse grupo de marginais, e me apaixonando. Das letras, não tenho nada a comentar senão "verdadeiras". Sou amante do romantismo, mas as letras, como diria a Parker, do gueto, me levam a uma identificação pessoal de pensamentos sem comparações. Sobre Coffee Shop, não tenho palavras senão excelente para expressar. Um mv de qualidade, ótima filmagem e fotografia, e quanto a melodia... um belo R&B, acalmante. Quanto aos integrantes, simplesmente lindos! Yongguk, Daehyun, Youngjae, Himchan, Jongup e Zelo... muito obrigada. Eu de fato precisava de algo bom para me agarrar. 



❝ Eu estava perfeitamente bem quando entrei neste café,                                    
Eu estou acostumado com isso, o cheiro de caramelo veio do seu corpo, certo? 

Um brinde à infância

Por esses dias estava indo para o meu trabalho no 625 quando ouvi gritos, quase que inaudíveis através dos fones de ouvido. Mas aquilo chamou minha atenção e fui obrigada a procurar a origem de tal barulho. Do outro lado da rua, uns 40 metros à frente, havia um grupo de meninas rolando colina abaixo. Elas pouco ligavam se o sol de meio-dia as queimaria a pele, ou se naquele chão havia formigas - e digo que há, porque o ponto de ônibus fica ali perto e devo dizer que nunca vi formigas tão grandes. Elas simplesmente riam, e rolavam, e se ralavam - creio eu, mas continuavam rindo. A liberdade lhes era aliada; livres de medos ou vergonhas. Naquele dia, me senti ridícula. Afinal, quanto mais números somados à nossa existência, mais covardia nos é impregnada? Disso, não sei dizer com certeza. Mas naquele dia eu decidi - realmente - viver a vida de uma maneira um pouco mais divertida. Como? Ainda não sei. Mas será uma busca diária. Até porque, no final das contas, de que adianta viver a vida tão seriamente, se a morte é inevitável? Antes colecionar alguns pares de marcas de sorriso no rosto, que uns pares de marcas de choro.