Um brinde à infância

Por esses dias estava indo para o meu trabalho no 625 quando ouvi gritos, quase que inaudíveis através dos fones de ouvido. Mas aquilo chamou minha atenção e fui obrigada a procurar a origem de tal barulho. Do outro lado da rua, uns 40 metros à frente, havia um grupo de meninas rolando colina abaixo. Elas pouco ligavam se o sol de meio-dia as queimaria a pele, ou se naquele chão havia formigas - e digo que há, porque o ponto de ônibus fica ali perto e devo dizer que nunca vi formigas tão grandes. Elas simplesmente riam, e rolavam, e se ralavam - creio eu, mas continuavam rindo. A liberdade lhes era aliada; livres de medos ou vergonhas. Naquele dia, me senti ridícula. Afinal, quanto mais números somados à nossa existência, mais covardia nos é impregnada? Disso, não sei dizer com certeza. Mas naquele dia eu decidi - realmente - viver a vida de uma maneira um pouco mais divertida. Como? Ainda não sei. Mas será uma busca diária. Até porque, no final das contas, de que adianta viver a vida tão seriamente, se a morte é inevitável? Antes colecionar alguns pares de marcas de sorriso no rosto, que uns pares de marcas de choro.


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