Sapatos desgastados.

E aí que um dia a gente para e olha em volta, avaliamos o que temos feito, no que temos falhado.

Nos últimos dias percebi que estava em débito com algo, uma insatisfação apenas crescia no meu peito. Tentei me distrair de várias formas, as mais eficazes que conseguia, derramava-me cada vez mais em Westeros, entregava-me cada vez mais aos meus amores platônicos, sejam os fictícios, sejam os coreanos. E de fato, funcionava, até determinado momento.
Mas era durante a noite que os fantasmas voltavam. Resolvi buscar Naquele que sempre me completa, um consolo para essa agonia que havia começado há poucos meses atrás.
Só então que eu percebi que a agonia não se tratava da falta de Deus em mim, mas da falta de mim em mim. Nunca mais havia escrito, nunca mais havia projetado, e os sonhos, estavam apenas engavetados e esquecidos em algum canto empoeirado de uma mente um tanto ocupada. Ocupada com o quê? Com se distrair.Hoje, na aula de História da Arte, meu professor comentou algo como “Gente, não tem como encararmos o mundo no dia-a-dia de cara limpa”, e eu digo: concordo.

Às vezes que confesso que invejo os ignorantes, que conseguem viver com um sorriso no rosto, sem se importar com a política, com o país, com as pessoas, e só o “reclamar” do que está errado já faz dele um alguém esclarecido, mesmo não sendo.

E aí olho para trás e percebo o que eu já passei, as derrotas que provei e das coisas que conquistei, e penso que talvez já esteja na hora de crescer um pouco, deixar um pouco o fugir de lado, e colocar mais a cara à tapa.
Só resta o receio deixar.

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