Sobre cavalheirismos e como tratar uma garota.



Olhe, digo por mim: não sou um exemplo de feminilidade. Muito pelo contrário, você não vai me ver reclamando de dores nos pés pelo uso de salto alto, muito menos me encontrar todas as sextas pintando as unhas, enquanto desabafo a minha desilusão com determinado garoto para a manicure. Sou um ser muito simples, às vezes gosto de deixar isso bem claro; mas uma coisa nenhuma mulher deixa de gostar, da mais feminina à mais durona: cavalheirismos - bem, pelo menos eu penso assim. Fala sério, gente, é tão bom! Uns meses atrás conheci um garoto - que se tornaria meu bom coleguinha - no curso de webdesign que deixou-me bem sem jeito. E por que? Não estava acostumada com tal tratamento, claro. Coisas simples, como abrir a porta pra eu passar, segurar a minha bolsa, me ceder aquele único lugar no ônibus e ficar em pé, coisas assim não deveriam deixar mulher alguma sem jeito, penso eu. Deveria ser algo natural, mas hoje em dia, homens que agem assim, são bem raros. Outro dia, lá estava eu no meu trabalho, e eis que eu e mais uma colega minha ficamos "apertadas" e corremos para o banheiro ao mesmo tempo. Ao chegarmos à porta e vermos que ambas íamos para o mesmo lugar, eu disse de prontidão "Ah, vá lá", e ela "Não, que isso. Ladies first!". Sim, isso mesmo que você pensou... Ela joga no outro time, mas que diferença isso fez? Ela foi uma boa cavalheira no momento, e eu fiquei pensando com meus botões: para que buraco foram os bons costumes? Não acho que deveriam ter sumido. Enquanto lia Orgulho e Preconceito no início desse ano, pensava, imaginava um daqueles senhores estilo Mr. Darcy, dando-me o braço para caminhar ao lado dele... E, veja bem, eu ainda não sou um exemplo de mulher feminina. E ainda assim, eu gosto. Porque é bom você receber esse tipo de tratamento. Não importa quanto tempo passe, o quanto as mulheres acabem tornando-se mais independentes (uma vez que esse é o ciclo)... Não deixem de trata-las assim, meus caros. Isso só melhorará sua imagem perante ela, e ela, se sentirá bem. Fica aí a minha dica de hoje.

Assistindo: Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
Post não bem escrito: devido ao filme e à beleza de Legolas Greenleaf

Coffee Shop e desabafo.

Há dias que não importa o quão você tente fugir, ele está destinado a ser ruim. Ontem, 27 de junho me chamaram para dar aula, então eu estava dando graças à Deus pelo simples fato de poder me ocupar com algo. As férias começaram e nos últimos dias eu infelizmente caí na minha própria armadilha, um vício maldito de sentar na frente do computador às dez da manhã e só sair às duas da manhã do dia seguinte. Mesmo esse simples fato me irritando, às vezes eu não consigo simplesmente deixar de o fazer. Por mais ridículo que seja, ver os sorrisos de alguns rapazes de olhos puxados me faz estranhamente bem, então eu acabo me rendendo. Se esse fosse o único problema seria mais fácil, porém algumas situações têm acontecido no meu círculo de amizades, e isso tem me prejudicado bastante. Às vezes pergunto-me até que ponto o egoísmo de uma pessoa pode chegar, a ponto de ferir quem ela ama e nem ao menos parecer importar-se. Ser altruísta não é algo fácil, nunca é recíproco. De qualquer forma, praticamente fugi para o trabalho ontem para substituir a Maysa. E lá conheci uma aluna dela, Shirlane, que simplesmente conquistou-me. Ótima eloquência com as palavras, opinativa, e com um gosto para livros que era simplesmente igual ao meu. Pelo menos 1/4 da aula foi só sobre livros! Mas então eu recebo uma ligação. Meu pai dizendo que depois passaria lá para me buscar pois iríamos ao velório do meu tio. Tio Mimi era o penúltimo dos judeus natos que restaram da minha família. Eu nunca tive a oportunidade de aproveitá-lo muito, mas eu tinha um carinho muito grande pelo doce velho. Se não bastasse isso, eu tive um esclarecimento muito duro naquela igreja, o qual prefiro manter em silêncio por ora. Chorei.

Cheguei em casa às 22:47, faltando apenas 13 minutos para o lançamento do music video de Coffee Shop, do B.A.P. Não sou Baby - mas talvez um dia venha a ser - e mesmo assim, o mv me emocionou. Creio que parte das lágrimas simplesmente foram para o tio Mimi, parte para a melodia, parte para os integrantes. Começando em 14 de abril com a dance cover de One Shot do JunSung-oppa, finalmente em 1 de maio com o B.A.P como um grupo em si, e daqui a três dias fazendo dois meses, eu estive acompanhando esse grupo de marginais, e me apaixonando. Das letras, não tenho nada a comentar senão "verdadeiras". Sou amante do romantismo, mas as letras, como diria a Parker, do gueto, me levam a uma identificação pessoal de pensamentos sem comparações. Sobre Coffee Shop, não tenho palavras senão excelente para expressar. Um mv de qualidade, ótima filmagem e fotografia, e quanto a melodia... um belo R&B, acalmante. Quanto aos integrantes, simplesmente lindos! Yongguk, Daehyun, Youngjae, Himchan, Jongup e Zelo... muito obrigada. Eu de fato precisava de algo bom para me agarrar. 



❝ Eu estava perfeitamente bem quando entrei neste café,                                    
Eu estou acostumado com isso, o cheiro de caramelo veio do seu corpo, certo? 

Um brinde à infância

Por esses dias estava indo para o meu trabalho no 625 quando ouvi gritos, quase que inaudíveis através dos fones de ouvido. Mas aquilo chamou minha atenção e fui obrigada a procurar a origem de tal barulho. Do outro lado da rua, uns 40 metros à frente, havia um grupo de meninas rolando colina abaixo. Elas pouco ligavam se o sol de meio-dia as queimaria a pele, ou se naquele chão havia formigas - e digo que há, porque o ponto de ônibus fica ali perto e devo dizer que nunca vi formigas tão grandes. Elas simplesmente riam, e rolavam, e se ralavam - creio eu, mas continuavam rindo. A liberdade lhes era aliada; livres de medos ou vergonhas. Naquele dia, me senti ridícula. Afinal, quanto mais números somados à nossa existência, mais covardia nos é impregnada? Disso, não sei dizer com certeza. Mas naquele dia eu decidi - realmente - viver a vida de uma maneira um pouco mais divertida. Como? Ainda não sei. Mas será uma busca diária. Até porque, no final das contas, de que adianta viver a vida tão seriamente, se a morte é inevitável? Antes colecionar alguns pares de marcas de sorriso no rosto, que uns pares de marcas de choro.


Levantem suas toalhas e digam UOP!


Já são três anos - ou quatro, não me lembro ao certo - desde que li o incrível Guia do Mochileiro das Galáxias. Não preciso dizer o quanto esse livro é incrível (ou talvez sim, espero um dia resenhá-lo aqui <3). O dia aqui em Manaus amanheceu quente, com um sol castigador, mas eu amanheci feliz, e logo enrolei minha toalha de um negro profundo em meus ombros, a Supermassive Black Hole. Havia prometido a mim mesma que esse ano eu comemoraria O Dia da Toalha de forma decente, com uma toalha de banho de tamanho normal, ou até mesmo um roupão. Eu venho adiando a realização dessa promessa desde o primeiro dia comemorado, nunca a cumpro. Afinal, eram 8h30 da manhã quando entrei na sala de aula dizendo "Happy Towel Day, little padawans", com minha toalha de rosto nos ombros. Eles não entenderam, o que me decepcionou bastante. Porém, fazer o quê?
Espero pelo dia que eu vá encontrar os mochileiros daqui de Manaus, assim como encontrei os semideuses.

Até lá, bem... Feliz Dia da Toalha para todos nós, honremos a lembrança daquele mingo dupal, o tal Douglas Adams que nos proporcionou essa grande aventura. Que ele tenha encontrado algum modo de ter se tornado imortal e nos estar nos enganando por completo sobre sua morte, realmente espero que ele esteja por aí, em sua eternidade, xingando cada mísero ser desse universo afora.

Sapatos desgastados.

E aí que um dia a gente para e olha em volta, avaliamos o que temos feito, no que temos falhado.

Nos últimos dias percebi que estava em débito com algo, uma insatisfação apenas crescia no meu peito. Tentei me distrair de várias formas, as mais eficazes que conseguia, derramava-me cada vez mais em Westeros, entregava-me cada vez mais aos meus amores platônicos, sejam os fictícios, sejam os coreanos. E de fato, funcionava, até determinado momento.
Mas era durante a noite que os fantasmas voltavam. Resolvi buscar Naquele que sempre me completa, um consolo para essa agonia que havia começado há poucos meses atrás.
Só então que eu percebi que a agonia não se tratava da falta de Deus em mim, mas da falta de mim em mim. Nunca mais havia escrito, nunca mais havia projetado, e os sonhos, estavam apenas engavetados e esquecidos em algum canto empoeirado de uma mente um tanto ocupada. Ocupada com o quê? Com se distrair.Hoje, na aula de História da Arte, meu professor comentou algo como “Gente, não tem como encararmos o mundo no dia-a-dia de cara limpa”, e eu digo: concordo.

Às vezes que confesso que invejo os ignorantes, que conseguem viver com um sorriso no rosto, sem se importar com a política, com o país, com as pessoas, e só o “reclamar” do que está errado já faz dele um alguém esclarecido, mesmo não sendo.

E aí olho para trás e percebo o que eu já passei, as derrotas que provei e das coisas que conquistei, e penso que talvez já esteja na hora de crescer um pouco, deixar um pouco o fugir de lado, e colocar mais a cara à tapa.
Só resta o receio deixar.