[Resenha] MARINA, Carlos Ruiz Zafón


Um dia, Michael me disse que tem vontade de presentar esse livro para todos que ama. E eu, fui uma das pessoas felicitadas.Sou muito grata por ele ter me proporcionado essa aventura.

- Marina, Carlos Ruiz Zafón. 189 páginas, Suma das Letras - 2011.










 Tudo se passa na Barcelona dos anos 80, num cenário bem gótico. Conhecemos Óscar Drai, um menino solitário, mas que simplesmente não se encaixa àquela vida monótona.

Quando as aulas terminavam, lá pelas 5:20 da tarde e o sol banhava o internato de ouro, ele saía de lá e passeava pelas velhas ruas e avenidas. Em uma de suas "exploradas" pela velha Barcelona, acabou sendo atraído por um canto de uma mulher, que vinha de uma das velhas mansões. Assustado, mas curioso, ele adentrou na casa sem cerimônias, e daí, de repente, de apenas explorador, ele se torna um "acidentalmente ladrão", e como tal, um dia resolve devolver o objeto roubado ao verdadeiro dono... E é aí que ele conhece a bela Marina, e o artista Germán. 

De réu, ele passa a ser praticamente parte da família. Foi algo rápido e natural, como uma troca mútua de afeto, os três criaram laços que, ao longo do livro, se tornam quase que indestrutíveis. Michael quando me deu o livro, desejou que Óscar Drai fosse um bom amigo para mim, mas não. Na verdade os três se tornaram meus amigos, e de repente, logo me considerava parte do grupo, me considerava uma Blau. Se por um lado Marina é um livro que desperta o amor na gente, que faz o coração palpitar mesmo sem apelos, pelo outro, desperta horror e medo. Óscar e Marina, um dia, observaram uma dama de negro no cemitério, e, mesmo sem querer, acabaram se envolvendo no mistério que a cercava. Envolveram-se na história de Mijail Kolvenik e do escândalo da Vello-Granel, um gênio da anatomia humana, que criava membros mecânicos, e que tinha uma estranha obsessão. Uma história de tentativa de superação divina, de insanidade e, acima de tudo, amor. Zafón consegue passar a história com tanta perfeição que, se você ler atentamente, é capaz de sentir até os cheiros dos lugares, acredite, foi o que aconteceu comigo - lá estava eu, sentada na calçada esperando meu ônibus, quando numa citação, falam sobre um cheiro de podridão terrível, e de repente, eu o senti. Era tão horrível que meus olhos lacrimejaram, e confesso que nesse momento, minha boca secou e um medo ligeiro passou por mim. Mas então vi que a mulher apenas tinha posto o lixo para fora de casa. Querendo ou não, foi muito real. (risos)

Essa foi uma fanart que eu fiz em 15 minutos.
Bem feinha, mas o que vale é a intenção ;)

Mijail Kolvenik, o protagonista de nosso mistério, tem uma história de superação um tanto bela, e um tanto macabra. Cabe à você decidir se ele é vilão ou vítima. 
Marina foi um livro que me pegou de surpresa. Menos de 200 páginas, e uma estória original, um livro simplesmente único. Antes de me dar o livro, Michael me disse que a magia que o envolvia era que parte era realidade e parte era ficção. Cabe à nós decidir isso. E se não bastasse isso, contou-me que Marina é o livro que veio do âmago de Zafón, que na juventude teve um "romance" parecido, e que o livro retrata o que ele gostaria de ter vivido com a sua Marina. Lindo, são? Detalhes assim, apenas embelezam mais essa incrível estória.


E um último comentário, enquanto lia, eu ouvia a música Nothing Else Matters, Metallica, e agora, as partes no violão, me levam de volta à história de Kolvenik, tudo. Tudo nessa música faz sentido ao livro.



De qualquer forma, vale a pena! Leia ;)

Arquivo de Classe #1

Nota de terça-feira, 25 de setembro de 2012.

Eu não queria que a minha coordenadora chamasse a atenção de qualquer aluno meu. Mas já que calhou de acontecer, compartilharei aqui os minutos seguintes.


C: - Professora, eu a odeio! Quando ela falou daquele jeito comigo, minha garganta fechou, eu fiquei vermelha, me subiu um fogo...


M: - Tesão!


Risos histéricos.


N, também conhecida como "Nossa Little One": O que é tesão? Se você não me contar, tia, eu vou perguntar da minha mãe!


Como proceder em situações assim? Deveria existir um "Manual para Professores de Primeira Viagem" e fim.