Ich schaff's nicht ohne dich

Olhando-me no espelho agora, percebo. Eu não era assim – a pele de meu rosto antes não tinha esse tom, tão sem graça, e não haviam tantas espinhas. Não haviam essas rugas, marcas do envelhecimento precoce devido à carga que carrego, talvez. Meus olhos não eram assim tão mortos, na verdade, eles emanavam vida. Hoje, nem o delineador, que até certo momento foi meu aliado, consegue esconder a perda da vida que se esvai aos poucos de minha essência. Meus cabelos não eram assim tão opacos, já foram de despertar inveja, um dia. Hoje, por mais que as pessoas digam o quanto ele está bonito, sei que já o vi em dias bem melhores. Minhas mãos não eram assim tão ásperas. Um dia, já foram mais macias, mas agora estão grossas, ossudas e rígidas. Minhas unhas já quase não existem. Minha voz e risada não eram assim, tão apagadas. Minha boca não era assim tão seca. Meus pés e minha coluna não eram assim tão doloridos. Não, minha coluna realmente não era assim tão dolorida. E o que mais me entristece é saber que eu realmente estou murchando. Já não sou mais como fui, não sinto mais como senti. E o que pulsa, aqui dentro, já não é mais tão cheio de vida quanto um dia foi. Isso está me matando. Essa esperança que não acaba, por mais que tudo aponte que não dará certo. Está sugando-me aos poucos, me tirando a vida, meu auto consolo, meu conformismo... Bitte, rette mich.